Por que "A Família do Futuro"?

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Singapore
O nome do Blog surgiu de uma brincadeira, pois é muito curioso pensar que estaremos fisicamente onze horas à frente de nossa terra natal. Em Singapore, teoricamente, tudo ocorre primeiro que no Brasil. Aqui tentaremos ser cronistas de nós mesmos, interpretando o mundo à nossa volta em palavras simples e diretas. Mostraremos as aventuras de Marco, Ro, Carol, Bernardo, Beatriz e Eduardo em terras distantes. Rev3: Durante o tempo de existência desse blog, esta introdução foi alterada 2 vezes por incremento de novos integrantes.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

India - Mumbai ou Bombay - parte 4 (final)

Ultimo post da saga indiana.
Cost of Worli: Algumas das praias de Mumbai se parecem mais com mangues. O que oferece uma impressão de sujeira.
Não deve ser muito agradável para se banhar. Não é a toa que não há ninguém nadando na foto abaixo.



Ruas da zona comercial do Sul da cidade. As ruas tem essa aparência. Os prédios são um tanto amontoados e desorganizados.
Não há uma identidade arquitetônica e as ruas acumulam muito pó e sujeira. Alias é muito comum de se ver os indianos fazendo pipi ou popô nos cantos de paredes.
Asseio e varricão de rua não são coisas muito populares. Ai se alia com a falta de educacao do povo, a cidade fica toda suja e alguns pontos fedida.








Queens Necklace: é uma avenida bem larga, de aproximadamente 3 km, onde as pessoas costumam passear, tomar banho de sol e descansar.
Também ficou famoso por ser um lugar onde se pode admirar um belo pôr do sol.
Nesta orla situa-se a zona mais cara para se morar da Índia. Talvez uma das mais caras da Asia. O metro quadrado daqui é comparado com o de São Paulo.
Necklace em inglês significa colar. O nome foi dado devido ao formato da avenida (em curva), ser muito semelhante a um colar de mulher. Quando anoitece, para quem olha para a avenida de cima das colinas, parece que se vê um colar, cheio de perolas, efeito provocado pelas luzes.


Indiano também gosta de uma praia. Embora as aguas não possam ser comparadas com as praias do Rio de Janeiro ou do litoral norte de SP, nos finais de semana consegue atrair milhares de pessoas.
A praia mais famosa de Mumbai é a Chowpatty beach.
Os principais eventos religiosos ocorrem por este pedaço.
O interessante é observar as pessoas organizando pequenos banquetes na areia da praia. Pessoas fazem pic nics ou encontros sociais.
Os jovens preferem jogar Criquet a futebol. Alias, por la ninguém ouve falar de futebol. Mas experimente puxar assunto sobre criquet. Pode sair ate discussão.
Em outro momento eu escreverei sobre esse esporte, também bretão, que domina todos os países do Sudeste da Asia (Índia, Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka).



domingo, 29 de janeiro de 2012

India - Mumbai ou Bombay - parte 3

Penúltimo post da trip indiana.

Malabar Hill:
Este lugar fica no extremo sul da cidade, bem isolado, local de moradia de muitas pessoas ricas e famosas. Eh visita obrigatória para quem vem passear a cidade. Seria o mesmo que ir a Los Angeles e não conhecer Beverly Hills. Ok, não da para comparar, mas a intenção foi dizer como o local é importante aos locais.
Além dos diversos prédios residenciais, há um pequeno parque no alto de uma colina, onde se pode avistar parte da cidade.
Deste parque podemos enxergar o Mar da Arábia (ou Oceano Indico).




Abaixo e a seguir: A entrada do parque e fotos do local: Uma curiosidade foi ver uma quantidade grande crianças, como que participando de um encontro ou excursão escolar. Coisa atípica para um domingo.


  

 


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

8 X

Interrompemos, extraordinariamente, a viagem e os posts da India, para informar que:

Corinthians vira jogo e fatura octacampeonato da Copa São Paulo

Zagueiro Antonio Carlos marca nos minutos finais e crava 2 a 1 sobre o Fluminense na final

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

India - Mumbai ou Bombay - parte 2

Continuando a peregrinação pela Índia:

O passo seguinte foi visitar o Gateway of India (Porta de entrada da Índia).
Eh uma paredão, num formato de portal em arco. Realmente parece um lugar onde se recebiam as pessoas.
O local é um famoso monumento da cidade e ele foi construído na época em que o Rei e a Rainha da Inglaterra visitaram a Índia. Portanto, consegue-se perceber que eé uma obra moderna, mas não deixa de ser bonito de se contemplar, tanto o monumento em si, como os arredores.






Interessante observar como os locais se vestem. As roupas são completamente diferentes do nosso modelo ocidental. O que agrada são os distintos coloridos.


Um prédio somente para você:
O que você acharia de morar com sua família, e somente a sua família, num prédio de 27 andares no sul da cidade de Mumbai.
Pois bem, atendendo o desejo da esposa que esteve num hotel de luxo em Nova York, e que ficou encantada com o edificio, o dono do mega grupo indiano Reliance, decidiu presentear a querida mulher, com um casa avaliada em cerca de 2 bilhões de dólares. Não se assuste - é isso mesmo o valor.

De vários cantos da cidade pode-se ver o edifício abaixo:




O proprietário deste edifício faz fortuna no ramo de exploração de petróleo e refinarias.
Chama realmente atenção o modo como eles gostam de ostentar a riqueza e demonstrar poder. Pois afinal, um edifício deste tamanho comporta apenas uma família de 5 pessoas (O dono, esposa, 2 filhas e a mãe do dono). Afora os residentes há um enorme numero de serviçais para suportar a casa (200 ????). Isso mesmo! 200 pessoas são empregados nesse edifício fazendo a segurança, limpeza, governança, etc.
Para piorar 6 dos 27 andares são para guardar os mais de 50 automóveis da família. São carros como Rolls Royce, Ferraris, Lamborghinis, etc.
Que tal 9 elevadores para a pequena família?
Ou 400.000 metros quadrados para o seu conforto?
Num local que a pobreza manifesta-se numa forma não muita justa, esta obra acaba destoando e demonstrando como são os valores do homem. Não faz muito sentido, não?



Victoria Terminal - estacão de trem:
Não, não é a estacão da Luz. Os ingleses moraram por aqui por muito anos e trouxeram, assim como fizeram no Brasil, muito de sua arquitetura. Então, não é muito difícil de se ver prédios parecidos com locais famosos da cidade de São Paulo.



sábado, 21 de janeiro de 2012

India - Mumbai ou Bombay - parte 1

Como estou envolvido num grande projeto na Índia, desta vez tive que esticar a jornada e permanecer por aqui pelo período de 12 dias. Portanto, tive o privilégio de fazer um breve tour pela cidade.

Primeiro havia uma dúvida em relação ao nome da cidade: Bombaim ou Mumbai?
O nome correto é Mumbai, pois deriva-se da língua indiana. Bombai foi o nome modificado dado pelos portugueses e depois consolidado pelos ingleses, ainda na época do colonialismo imperialista - sim, ela foi colônia de ambos os países, e sim, os portugueses também estiveram por aqui por volta de 1500 e alguma coisa. Incrível! Há uma bairro aqui chamado Santa Cruz.
Mumbai é a cidade mais importante da Índia. Centro financeiro e sede das grandes indústrias. Somente para recordar, Nova Delhi é a capital federal.


Embora a cidade tenha grande influência dos ingleses, ela parece um pouco deteriorada e muito suja. Ainda com a ajuda de um trânsito caótico, a cidade fica com a aparência de suja, e esconde seu lado bonito e histórico. Em alguns momentos tem-se que fazer um esforço para abrir a mente e não se deixar influenciar pelos nossos paradigmas ocidentais.

O primeiro lugar que conheci foi o Dhobi Ghat.
Uma tradicional lavanderia a céu aberto. Bem ao lado de uma importante estação de trem de Mumbai.
Mais de 2.000 pessoas trabalham lavando, secando e passando roupas no mesmo lugar. Tudo em bateladas. Pelo que entendi a lavagem consiste em torcer e bater as peças nas pedras, até que elas fiquem limpas. Fazem a coleta e entregam para quem quiser.
É uma ocupação que é passado de geração em geração.

Infelizmente não se permite a entrada no local das lavagens, mas vale pela curiosidade. (clique para ampliar)





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Depois, mais ou menos nas redondezas, numa rua tranquila e arborizada no sul da cidade de Mumbai, um tanto escondida, há uma casa transformada em museu, com muita história e lições para humanidade.
Este local, chamado de Mani Brawan, nada mais foi que o quartel general de Mahatma Gandhi.






Quando vi esse nome pela primeira vez não me passou pela cabeça a relação com Gandhi.
Entretanto, sem querer, fui até este lugar, e, culturalmente, não me arrependi.

Primeiro quem foi Gandhi? Mahatma não foi o seu nome de batismo (se é que existe batismo na Índia hehehe), ele foi adquirido depois de velho, cujo o significado na língua deles é "A Grande Alma".
Ele foi um importante líder politico, social e espiritual, e foi catalisador para a consolidação do estado moderno indiano.
A historia dele é bem longa e interessante, mas resumindo, do pouco tempo que tive e do consegui ler, ele foi um grande defensor dos direitos humanos e um grande espiritualista e pregador do uso da Não-Violência e da Paz Universal.
Um fato interessante é que ele foi estudar na Inglaterra e lá se formou advogado. No inicio da carreira foi trabalhar na África do Sul, e um episódio de racismos, ao qual ele foi o protagonista, foi o que desencadeou todo este novo pensamento de liberdade e de justiça.
Foi mais ou menos assim: Quando ainda vivia na África do Sul, ele estava sentado no vagão da primeira classe de um trem, e um homem branco sentiu-se ofendido e solicitou que ele cedesse o lugar. Obviamente que ocorreu resistência e discussões, mas foi depois desse incidente que ele passou a defender e organizar a luta pela justiça e paz universal. Foi o idealizador de centenas de protestos, reuniões, até o desencadeamento da revolução e independência indiana. Portanto, ele teve influência em outros países afora a Índia, como foi o caso da Africa do Sul.
Ele foi uma espécie de guru aos hindus e muçulmanos e fiquei realmente impressionado em conhecer um pouco mais sobre seus feitos.

Os trajes que ele sempre usava em publico ou em casa, eram fabricados por ele. Na época da colonialismo inglês ele não concordava na forma como os indianos eram tratados, principalmente ao que se referia as péssimas condições de trabalho e sociais na industria têxtil hindu-britânica: baixos salários, alta carga de impostos, semi-escravidão, etc. Então ele iniciou um campanha de que todos os indianos deveriam fabricar suas próprias roupas e não mais comprar os tecidos ingleses - imaginem o que aconteceu com o mercado da época e o impacto nos negócios ingleses?

Outra curiosidade, que tem uma pequena ligação com o nosso Brasil, foi o Satyagraha. Recordam desse nome - a operação da polícia federal dos grampos do telefone, do Delegado Protógenes, etc? Pois bem, na língua indiana Sayagraha significa o princípio da não-agressão, da forma não violenta de se protestar como um meio de revolução. O princípio foi freqüentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", inspirando pessoas notáveis como Martir Luther King e Mandela.
Sempre que ocorria alguma arbitrariedade dos ingleses contra os indianos, ele iniciava peregrinações para propagar campanhas de conscientização em massa, mostrando a necessidade da prática da desobediência civil e do uso da não violência.
Um das simbologias famosas de Gandhi foi o uso da mãos e dos cinco dedos. Cada dedo da mão aberta tinha um significado: igualdade universal; a proibição do uso de drogas ou álcool, integração dos hindu-muçulmanos; amizade e finalmente, a integração das mulheres na sociedade. Todos os dedos conectados ao pulso da mão, significando a não-violência.
O interessante é que ele conduzia massas, e como um líder politico, social e espiritual, não importava se era hindu ou muçulmano, todos os seguiam.
De campanha em campanha os ingleses perceberam que não adiantava prendê-lo, condená-lo, etc. Era até pior a situação, pois a população ficava mais indignada e o movimento tomava maior força.
E foi assim, sem o uso da violência, que ele conseguiu pressionar o imperialismo a abaixar impostos, libertar presos políticos, melhorar as condições de trabalhadores, devolução de terras e propriedades confiscadas e a independência do pais.
Entretanto, ele não conseguiu ver seu sonho de integrar hindus e muçulmanos num único país, que sucumbiu na divisão da Índia e do Paquistão.
Infelizmente, ele foi assassinado por um hindu, em Delhi, em 1948, logo após o fim da 2.a guerra mundial. Infelizmente, o mundo perdia um dos seus maiores lideres e pacifistas.
A seguir fotos do interior da casa (clique para ampliar)








quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

India again.

A Índia é um dos países que mais estou visitando ultimamente. Muita prosperidade e potencial para negócios, e por acá estarei pelas próximas duas semanas desenvolvendo um projeto.

No momento em que escrevo este post, estou na região central da Índia. próximo a cidade de Nagpur. Clique para ampliar.



O que me fascina nesse pais são os contrastes sociais, principais se comparamos aos nossos paradigmas brasileiros e aos que consideramos como coisas pertencentes ao mundo desenvolvido. Há um grande "gap" social - uma mistura de falta de infra estrutura e muita gente na linha da pobreza.
Eh um país em franco crescimento, não é a toa que faz parte do BRIC. Milhares de empregos estão sendo gerados por ano e muita gente esta entrando no mercado de trabalho.
Entretanto, o desafio é gigante, pois gerar empregos para bilhões de seres humanos não é nada fácil.

Em alguns aspectos os indianos são muito parecidos com os brasileiros:
- Eles conservam muitos valores relacionados aa família e aos cuidados de preservar os pais quando ficam idosos, embora aqui, creio eu, a coisa seja mais intensa.
- Eles são ótimos hospitaleiros e gostam de receber estrangeiros. Fazem de tudo para agradar e respeitam muito quem é de fora.
- Adoram a ideia de uma economia consumista. Tendo oportunidade, tentam comprar de tudo: carros, roupas, celulares, eletrônicos, etc
- Governos e serviço publico muito corruptos, como os nossos. Também usam o "jeitinho" na politica e nos negócios.
- é o maior pais democrático do mundo. Por ser uma democracia, há muita discussão e burocracia para tudo. As coisas levam uma eternidade para serem concluídas. Isso para mim fica evidente quando se viaja de carro e se vê obras inacabadas ou numa lentidão absurda.
- Nos negócios são muito arrojados e com a cabeça aberta. Sempre abertos e receptivos para as novidades e novas tendências.

Entretanto, sob muitos aspectos encontramos as divergências:
- Muito pouca violência. Isso que dizer que miséria não esta diretamente relacionado ao crime e violência urbana.
- Um povo muito conservador em termos religiosos. Talvez até por isso sejam um povo pacifico e pacato;
- Também extremamente conservador na relação homem x mulher. Aqui é considerado ofensa se você abordar uma mulher na rua, no shopping. A simples tentativa de fazer um galanteio a uma garota é considerado pejorativo e pode ser punido. Isso faz com que seja raro encontrar mulheres trajando roupas curtas, com decotes, ou mesmo encontrar revistas de mulheres peladas numa banca de jornal. Eu particularmente estou tentando comprar uma revista a la Playboy, mas não creio que exista - ao menos os indianos disseram ser muito raro essas coisas por aqui.
- Recentemente eu perguntei como eles desenvolvem um relacionamento amoroso. A resposta foi que a maioria dos casamentos são arranjados. Iniciam em discussões e negociações entre famílias, geralmente fazem parte da mesma comunidade e compartilham laços culturais e religiosos.
- Também havia escrito em outro post como o trânsito é caótico. Não há disciplina. Vale tudo: andar na contramão, buzinar sem parar, ultrapassar pelo acostamento, parar o trânsito para fazer uma conversão, cruzar farol vermelho (quando tem), etc. O mais incrível é que embora seja caótico, eu nunca vi uma briga ou discussão de rua. Um fato interessante é que eles não tem medo de ultrapassar veículos numa via de mão dupla. A explicação que obtive é que eles não tem medo de morrer, pois acreditam na reencarnacao e em destino. Portanto, é como se a morte estivesse sendo sempre anunciada e sem temor. Esse comportamento me faz passar muitos sustos quando estou de carona nas estradas daqui.

Vamos ver se neste final de semana eu conseguirei fazer um passeio cultural por Mumbai, a principal cidade da Índia. Caso consiga, postarei algumas fotos posteriormente.


PS: texto digitado num computador sem os caracteres da língua portuguesa e corrigido por um corretor ortográfico não muito confiável.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

1 ano de Singapura em números (32 tópicos de cultura Inútil)


  • 14 países diferentes visitados nos últimos 12 meses;
  • 210.000 milhas acumuladas;
  • Virei especialista em preencher papel de imigração;
  • Grande conhecedor de terminais e lounges de aeroportos internacionais do sudeste asiático
  • 1 passaporte preenchido e totalmente carimbado após 14 meses de emissão;
  • Aproximadamente 100 diárias de hotéis – isso significa a mesma quantidade de noites ausentes e longe da família; 
  • 1 mala perdida;
  • 1 carrinho de bebe perdido; 
  • 8 livros lidos em avião, 2 em inglês; 
  • 1 esposa que quase já sabe se virar no inglês
  • 1 filha que já fala inglês
  • 1 filho que aprendeu a andar de patinete e adora tocar bateria;
  • 1 filha Made in Brazil e entregue em Singapura;
  • 1 sogra intrometida que morou conosco durante quase 5 meses;
  • 4 amigos brasucas que nos visitaram em Singapura;
  • Novos amigos internacionais (2 famílias de italianos, 1 finlandesa e 1 inglesa)
  • Aprendido a dirigir e a manobrar o carro na mão inglesa de Singapura;
  • 1 carro perdido no estacionamento de um grande shopping e encontrado depois de 45 minutos de procura;
  • 1 multa por estacionamento proibido;
  • 0 discussões no transito;
  • 16 filmes assistidos em avião, todos sem legenda.
  • Iniciado em filmes do cinema Indiano (Bollywood)
  • 2 sessões de massagem tailandesa – sem final feliz
  • 2 churrascos com picanha
  • 4 almoços em churrascarias brasileiras em Singapura
  • 0 pizzas decentes consumidas
  • 0 g de Catupiri consumidos
  • 16 kg de feijão carioca contrabandeados do Brasil
  • 8 kg de pó para pão de queijo transportados ilegalmente;
  • 20 pacotes de 1 kg de café Pilão paulatinamente sendo consumidos pela Rosângela;
  • 260 GB de fotografias disparadas e não reveladas
  • 77 postagens publicadas nesse blog
  • E finalmente, um obrigado por lerem o conteúdo disso tudo e estarem com a gente.
 
Musica: Arnaldo Antunes - As Árvores
ou copie e cole o link:
http://www.youtube.com/watch?v=7tHs-fKFKJw&feature=related

Por que essa musica: Ela fez parte da nossa trilha sonora de 2011. O Arnaldo aparenta ser um cara carismático e alternativo. Possui uma inteligência sutil e simplista. Além de tudo as crianças o adoram e acabamos cantando todos juntos.
Essa musica faz parte de um disco não tão recente dele, e esta versão, composta junto com o Jorge Ben Jor, faz parte do ultimo disco dele "Ao Vivo Lá em Casa".

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Retorno ao Brasil - detalhes de uma longa viagem e pequenas presepadas


Quase um ano depois da nossa chegada em Singapura, a família Veloso retorna à terra mater. Entretanto, nem todos viajaram. A Rô e as crianças foram na frente. Eu ainda tenho alguns dias de trabalhos pela frente antes de me juntar a tropa em meados de fevereiro.

A viagem é bastante longa e cansativa. São cerca de 14 horas de Singapura até Barcelona, depois outras 12 horas até São Paulo.
Para não judiar muita da molecada, assim como na vinda, decidimos fazer uma parada de 3 dias na Espanha.

Os detalhes da Espanha ficam para um próximo post. Aqui gostaria de registrar alguns fatos de preocupação e comedia sobre a longa viagem.



Preocupação:
No trajeto de Singapura para Barcelona viaja-se a noite toda. O vôo sai tarde da noite, quase meia noite. Então os passageiros seguem dormindo a o café da manha é servido algumas horas antes da chegada.
O maior problema são as crianças que tem que dormir em poltronas não muito confortáveis e na posição de sentado. Por mais que tentemos deixá-los numa posição aconchegante, não deixa de ser inconveniente.
A Beatriz possui um berço (bassinet) que é montado na primeira fileira da classe econômica. Já o Bernardo e a Carolina têm que se contentar com um assento comum.
A Carolina não nos dá trabalho. Já o Bernardo, não se pode dizer o mesmo.
Coitado de quem viaja por perto, por que quando o Bebeco fica zangado, ele realmente faz questão de demonstrar que esta furioso. Começa a chutar, a gritar, a chorar, num volume que impressiona qualquer tenor em uma opera.
Creio que eu a Rô dormimos no máximo 1 hora cada um.

Fico imaginando na minha cabeça o quão duro deve ter sido a viagem entre Barcelona e São Paulo, pois carregar 3 crianças não é moleza. E sei que a Rô passou ums apertos na viagem.

Comédia:
Dois fatos engraçados marcaram essa viagem, A primeira eu fui protagonista e a segunda a Rosangela.

A primeira se dá com a minha sogrinha.
Finalmente a velha foi embora. Carregamo-la de tira-colo e ela voltou com a gente, no mesmo vôo, ao Brasil.
O fato cômico foi que tivemos a idéia de fazer uma surpresa para a velha e para a família no Brasil. Ou seja, no final ninguém sabia que a Rô e as crianças viajaram juntos.
A velha somente descobriu que iriamos juntos quando estávamos no portão de embarque e começamos a embarcar juntos. Na cabeça dela nos iríamos tomar outro vôo para a Austrália.
Mas como enganar o pessoal do Brasil, já que eles sabiam da data de saída da minha sogra (pois alguém teria que buscá-la no aeroporto)? Como explicar para a família que ela teria que permanecer 3 dias em Barcelona sem levantar suspeitas?
Logo que chegamos em Barcelona eu liguei para o meu sogro, explicando que a velha não iria chegar na data combinada. A desculpa foi que a companhia aérea havia cancelado o vôo por falta de quorum, e que devido a isso a velha teria que permanecer 3 dias em Barcelona.
Afora as gargalhadas de felicidade do meu sogro - por ele ela poderia voltar ao Brasil em 2018 – o que se sucedeu foram inúmeros equívocos de falta de comunicação.
O que era para ser uma mensagem para despreocupar o pessoal, acabou elevando o problema a enésima potencia. Veja um exemplo de um e-mail que recebi da minha cunhada. Vejam como um erro de comunicação pode ferrar com tudo:

“Marco, hoje que seria o dia que a minha mãe chegaria.....liguei para o meu pai, ele disse que o vc. havia ligado para ele , e que havia informado que a minha mãe não chegaria hoje....pq. não tinha a quantidade de passageiro suficiente em Barcelona para o Brasil, o avião foi para a Grécia, e que o avião partiria somente na quinta-feira....fiquei desesperada....!!! Imagine 3 dias na Grécia.....período de inverno....sem dinheiro....sem cartão de crédito....sem entender nenhuma palavra.....”

Como seria bom se fosse verdade...
Imaginem a velha na Grécia, passando frio, sem entender uma palavra... Eu queria ter uma câmera escondida pra dar risada das presepadas.
Que pena! Fica para a próxima, a sugestão foi anotada e aceita pela comissão dos genros liberais.

O segundo episódio se da por conta do Bernardo (não sei por que eu não fico surpreso em escutar essas coisas).
Logo que a Rosângela chegou ao Brasil conseguimos nos falar por telefone. Depois de uns minutos de conversa ela me soltou o seguinte:
Não é fácil segurar uma criança de 2,5 anos numa poltrona de avião por mais de 12 horas. A certa altura do vôo sobre o Oceano Atlântico, o Bernardo já sem paciência, começa a ficar de pé no assento, a pular e a andar pelos corredores.
O andar torna-se corrida. E como já havia mencionado anteriormente em outro post, a bateria do sujeitinho é de longa duração.
Naquele momento ficara evidente que no meio de tantos passageiros havia aqueles que gostavam e davam risadas e havia aqueles que fechavam a cara e ficavam enfurecidos.

Enfim, era corrida para lá e corrida para cá - ele corria e voltava pelo mesmo corredor um bom par de vezes – quando subitamente ele não mais voltou. Enfim, a Rosângela conseguiu perdê-lo em pleno vôo.
Ela pressentiu algo estranho e levantou para procurá-lo. Era obvio que uma hora ou outra o moleque ia aparecer, mas não aparecia.
A Rosangela saiu a procurá-lo na primeira classe, na classe executiva, todas as cozinhas, alguns banheiros, corredores, e nada.
Depois de eternos 5 minutos heis que Bernardo aparece no colo de chefe dos comissários da aeronave, com um sorriso de malandro no rosto e querendo mais.
Fica o mistério de onde ele havia se enfiado – ninguém soube explicar.
Mas ele voltou cheio de chocolates e batatinha fritas.
Nenhum comissário ou aeromoça falavam a língua portuguesa, mas dava para perceber que boa parte do avião já conhecia o moleque, pois além de trazê-lo diretamente ao colo da mãe, já o chamavam pelo nome.