Por que "A Família do Futuro"?

Minha foto
Singapore
O nome do Blog surgiu de uma brincadeira, pois é muito curioso pensar que estaremos fisicamente onze horas à frente de nossa terra natal. Em Singapore, teoricamente, tudo ocorre primeiro que no Brasil. Aqui tentaremos ser cronistas de nós mesmos, interpretando o mundo à nossa volta em palavras simples e diretas. Mostraremos as aventuras de Marco, Ro, Carol, Bernardo, Beatriz e Eduardo em terras distantes. Rev3: Durante o tempo de existência desse blog, esta introdução foi alterada 2 vezes por incremento de novos integrantes.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Japão – Parte 2: Um resumo da Grande Final.


Inesquecível. Foi realmente uma invasão. Coisa de doido.
Já na estação de trem, a caminho de Yokohama, já se via muitos Corinthianos.
Da estação de trem ate o estádio eram mais ou menos 15 minutos de caminhada. Neste curto período já se sentia o calor humano e a bateria da Gaviões da Fiel.
A procissão parecia um carnaval. Difícil descrever.
Na chegada ao estádio todos eram recebidos por um enxame de brasileiros. A esta altura ficava um tanto difícil de observar os gringos de camisa azul. Os poucos que estavam com a camisa do Chelsea eram os japoneses locais.

Quando entramos no estádio ainda havia muitos lugares desocupados.
Houve uma partida preliminar entre um time mexicano e um time egípcio. Os mexicanos ganharam e ficaram com o terceiro lugar.

As 7:15 da noite os times entraram em campo após uma apresentação de bailarinos e um grupo de musica pop.
Entrada a la Copa do Mundo: ambos os times enfileirados e toda aquela cerimônia de jogos internacionais.

Ficamos no mesmo lado da torcida do Chelsea. Talvez uns mil ingleses e o restante todos os japoneses. No meio disso tudo uns esparramados corinthianos.
Houve um momento que ficávamos torcendo isolados. Receosos por represálias – os ingleses são famosos por ser sangue quente. Para evitar encrencas decidimos sair dali e ficamos numa zona mais japonesa e neutra.

Ainda pudemos ver dali os remanescentes corinthianos sendo espancados pelos ingleses nervosos que perdiam o jogo.
Ali ao lado uma pequena fiel torcida gritava “Fuck you Tchelcê, Fuck you Chelseê”.
O Abbud, meu amigo de trip, foi lá tirar um sarro e gritava “Go Home, Go Home!”. Teve que sair correndo para não apanhar.
No meio disso tudo um monte de japoneses nanicos, que não serve nem para ser bedéu de escola primaria, tentavam educadamente e com sorrisos no rosto, apaziguar aquele mundaréu de gente.
Eu pensava comigo mesmo: “Se isso estourar esse pessoal não conseguirá dar conta de segurar a multidão, mas nem ferrando”. Talvez tivessem colocado o Jaspion e os Changemam de plantão...


sábado, 15 de dezembro de 2012

Japão – Parte 1: A Invasão Corinthiana


Desta vez com a ajuda do Marcos Abbud, direto de Tokyo.

Todos devem estar (a favor ou contra) acompanhando o que esta ocorrendo do outro do lado do planeta: Corinthians invadindo o Japão.

Invasão parece a palavra correta para descrever o que esta acontecendo por aqui.
Apesar de Corinthiano, e mesmo que não o fosse, não dá para passar despercebida a chegada dos cerca de 30 mil brasileiros.

Já no embarque em Guarulhos, segundo Marcos Abbud, parecia a estação Barra Funda / Clinicas em dia de jogo no Pacaembu. Filas imensas de pessoas devidamente uniformizadas.

Fico imaginando se pudéssemos colocar num vídeo animado, varias flechas num mapa, saindo de aeroportos ao redor do planeta, e seguindo para Tokyo. Conversando com os brasileiros escutamos gente voando de Singapura, Los Angeles, Miami, Nova Jérsei, Munique, Frankfurt, Londres, Roma, Sydney, Seatle, Doha, Dubai, Houston, Paris. Zurique, etc. Ou seja, foi uma invasão aérea – sem exagero.
Já é possível ver na web vários vídeos, alguns com comportamentos questionáveis, da reação corinthiana dentro das aeronaves. Alguns dando trabalho para a tripulação.

Quando cheguei, na fila da imigração, uma fila imensa de corinthianos já era devidamente identificada. Facilmente, assim como eu, se percebia a excitação e a adrenalina no ar.

No hotel, nas ruas, no metro, nos shoppings, nas zonas turísticas, todos os lugares. O interessante, que um olhava para o outro, e espontaneamente se dizia: Vai Corinthians!
E acabou virando a saudação padrão dessa massa. Isso contagia.

A grande maioria veio da cidade de São Paulo. Outro monte do interior do estado e uns ainda, de outros estados.
Ontem, no café da manhã, encontramos duas pessoas que vieram de Teresina – Piauí.
Ficamos espantados, pois pensávamos que o Flamengo dominava a região Nordeste. O rapaz nos falou que o Corinthians é super popular e possui uma grande torcida por aqueles lados tão distantes de SP.

Não poderemos esquecer que aqui no Japão há (segundo os locais) cerca de 300.000 brasileiros trabalhando e vivendo por aqui. Logo a comunidade que apóia o Glorioso é muito grande. Só para se ter uma idéia, a Gaviões da Fiel possui uma filial por aqui, com cerca de 7.000 membros.

Embora todos, sem exceção, desembarcaram em Tokyo, o primeiro jogo ocorreu na cidade de Nagoya, no estádio da Toyota, distante cerca 400 km da capital japonesa. Por esse motivo houve um deslocamento em massa da capital para Nagoya, nos dias que antecederam ao jogo.

O meio de transporte mais comum para Nagoya é o trem bala. Cada trem com seus imensos e modernos 16 carros. A composição é gigante e cabem (meu chute) umas 500 pessoas.
Os trens saiam lotados a cada 15-30 minutos. Incrível a organização e sincronia.


 Cada vagão se transformava numa mesa de debate de futebol. Vários prognósticos e escalações a la Tite sendo discutidos de maneira apaixonada.
Três horas depois estávamos em Nagoya.
O desembarque na estação parecia uma praça de guerra, aonde os soldados chegavam um tanto perdidos, esperando por alguma informação para onde seguir.
Uns como nós, tínhamos mapas e roteiros. Outros buscavam ajuda com outros corinthianos, pois o pessoal da estação não conseguia se comunicar em inglês.
É uma lenda que os Japoneses falam inglês. Aqui não se fala esta língua. Mesmo os jovens. É um trabalho árduo e duro conseguir alguma informação, mesmo que o simples comprar de um bilhete de metro.
Ficou-se perdido, assim ficará. Tomou o táxi e não sabe o caminho, se danou.
Os mapas, quase todos com os caracteres japoneses, dificulta a compreensão. Demora um pouco para se acostumar e se virar.


Sofremos um pouco este problema da língua. Uma noite fomos tomar um táxi para voltar ao hotel. O primeiro desistiu e foi embora, o segundo teve um pouco mais de paciência e, por sorte, Abbud tinha a chave do quarto do hotel que continha o endereço do nosso hotel.

O quarto de hotel é um capitulo a parte. Se é que pode se chamar isso de um quarto. Todos sabem dos problemas de restrição de espaço, mas chega a ser cômico.
O hotel possui várias suítes que devem ter uns 15 m2 no máximo, contando a área do banheiro. No quarto duas camas de solteiro, um frigobar, uma pequena bancada no canto, onde se apóia a TV, o qual você pode utilizar como escrivaninha.
O banheiro quase não tem espaço para tomar banho. Tudo muito apertado.



O primeiro jogo todos já sabem do resultado, mas foi bonito ver aquela festa e sentir o clima desse torneio. Realmente emocionante.

Sempre escutei o meu pai me falando da invasão corinthiana no Maracanã. Eu vi ao vivo e em cores a invasão corinthiana no Japão.

 Minha visao do campo.



Depois tem mais posts do Nippon.