Desta vez
com a ajuda do Marcos Abbud, direto de Tokyo.
Todos devem
estar (a favor ou contra) acompanhando o que esta ocorrendo do outro do lado do
planeta: Corinthians invadindo o Japão.
Invasão
parece a palavra correta para descrever o que esta acontecendo por aqui.
Apesar de Corinthiano,
e mesmo que não o fosse, não dá para passar despercebida a chegada dos cerca de
30 mil brasileiros.
Já no
embarque em Guarulhos, segundo Marcos Abbud, parecia a estação Barra Funda /
Clinicas em dia de jogo no Pacaembu. Filas imensas de pessoas devidamente uniformizadas.
Fico
imaginando se pudéssemos colocar num vídeo animado, varias flechas num mapa,
saindo de aeroportos ao redor do planeta, e seguindo para Tokyo. Conversando
com os brasileiros escutamos gente voando de Singapura, Los Angeles, Miami,
Nova Jérsei, Munique, Frankfurt, Londres, Roma, Sydney, Seatle, Doha, Dubai, Houston,
Paris. Zurique, etc. Ou seja, foi uma invasão aérea – sem exagero.
Já é possível
ver na web vários vídeos, alguns com comportamentos questionáveis, da reação corinthiana
dentro das aeronaves. Alguns dando trabalho para a tripulação.
Quando
cheguei, na fila da imigração, uma fila imensa de corinthianos já era devidamente
identificada. Facilmente, assim como eu, se percebia a excitação e a adrenalina
no ar.
No hotel,
nas ruas, no metro, nos shoppings, nas zonas turísticas, todos os lugares. O
interessante, que um olhava para o outro, e espontaneamente se dizia: Vai Corinthians!
E acabou virando
a saudação padrão dessa massa. Isso contagia.
A grande
maioria veio da cidade de São Paulo. Outro monte do interior do estado e uns
ainda, de outros estados.
Ontem, no café
da manhã, encontramos duas pessoas que vieram de Teresina – Piauí.
Ficamos
espantados, pois pensávamos que o Flamengo dominava a região Nordeste. O rapaz
nos falou que o Corinthians é super popular e possui uma grande torcida por aqueles lados tão distantes de SP.
Não poderemos
esquecer que aqui no Japão há (segundo os locais) cerca de 300.000 brasileiros
trabalhando e vivendo por aqui. Logo a comunidade que apóia o Glorioso é muito
grande. Só para se ter uma idéia, a Gaviões da Fiel possui uma filial por aqui,
com cerca de 7.000 membros.
Embora
todos, sem exceção, desembarcaram em Tokyo, o primeiro jogo ocorreu na cidade
de Nagoya, no estádio da Toyota, distante cerca 400 km da capital japonesa. Por
esse motivo houve um deslocamento em massa da capital para Nagoya, nos dias que
antecederam ao jogo.
O meio de
transporte mais comum para Nagoya é o trem bala. Cada trem com seus imensos e
modernos 16 carros. A composição é gigante e cabem (meu chute) umas 500
pessoas.
Os trens
saiam lotados a cada 15-30 minutos. Incrível a organização e sincronia.
Cada vagão se
transformava numa mesa de debate de futebol. Vários prognósticos e escalações a
la Tite sendo discutidos de maneira apaixonada.
Três horas
depois estávamos em Nagoya.
O
desembarque na estação parecia uma praça de guerra, aonde os soldados chegavam
um tanto perdidos, esperando por alguma informação para onde seguir.
Uns como nós,
tínhamos mapas e roteiros. Outros buscavam ajuda com outros corinthianos, pois
o pessoal da estação não conseguia se comunicar em inglês.
É uma lenda
que os Japoneses falam inglês. Aqui não se fala esta língua. Mesmo os jovens. É
um trabalho árduo e duro conseguir alguma informação, mesmo que o simples
comprar de um bilhete de metro.
Ficou-se
perdido, assim ficará. Tomou o táxi e não sabe o caminho, se danou.
Os mapas,
quase todos com os caracteres japoneses, dificulta a compreensão. Demora um pouco para se acostumar e se virar.
Sofremos um
pouco este problema da língua. Uma noite fomos tomar um táxi para voltar ao
hotel. O primeiro desistiu e foi embora, o segundo teve um pouco mais de paciência
e, por sorte, Abbud tinha a chave do quarto do hotel que continha o endereço do
nosso hotel.
O quarto de
hotel é um capitulo a parte. Se é que pode se chamar isso de um quarto. Todos
sabem dos problemas de restrição de espaço, mas chega a ser cômico.
O hotel
possui várias suítes que devem ter uns 15 m2 no máximo, contando a área do
banheiro. No quarto duas camas de solteiro, um frigobar, uma pequena bancada no
canto, onde se apóia a TV, o qual você pode utilizar como escrivaninha.
O banheiro
quase não tem espaço para tomar banho. Tudo muito apertado.
O primeiro
jogo todos já sabem do resultado, mas foi bonito ver aquela festa e sentir o
clima desse torneio. Realmente emocionante.
Sempre
escutei o meu pai me falando da invasão corinthiana no Maracanã. Eu vi ao vivo
e em cores a invasão corinthiana no Japão.
Minha visao do campo.
Depois tem mais posts do Nippon.