Por que "A Família do Futuro"?

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Singapore
O nome do Blog surgiu de uma brincadeira, pois é muito curioso pensar que estaremos fisicamente onze horas à frente de nossa terra natal. Em Singapore, teoricamente, tudo ocorre primeiro que no Brasil. Aqui tentaremos ser cronistas de nós mesmos, interpretando o mundo à nossa volta em palavras simples e diretas. Mostraremos as aventuras de Marco, Ro, Carol, Bernardo, Beatriz e Eduardo em terras distantes. Rev3: Durante o tempo de existência desse blog, esta introdução foi alterada 2 vezes por incremento de novos integrantes.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Minha Sogra em Singapura

Minha querida sogra esta em casa.

Olha que genro bom que ela tem: permiti que ela fizesse uma viagem internacional para ficar junto da filha.
Mês passado foi meu aniversário. Não deu para comemorar com as pessoas da família, por razões óbvias, mas recebi muitas ligações pelo Skype.
Aliás, que bela ferramenta! Como é a tecnologia de hoje! Assim como o "msn", o Skype permite que se compartilhe momentos, com voz e imagem em tempo real. Ainda nesse final de semana estávamos mostrando a Beatriz para todas as pessoas que nos ligaram.

Voltando ao assunto: Uma das diversas ligações que recebi foi a dos meus cunhados Silvana e Mario. Depois das felicitações e de por o papo em dia o Mario me solta essa: "O seu presente de aniversário eu estou mandando de avião e chegará logo, logo aí em Singapura". E que presentão! (amigo da onça!).
Realmente, depois de uns vinte e tantos dias, minha sogra estava desembarcando na aeroporto internacional de Singapura para uma curta temporada de 5 meses na minha casa.

Há uns dias atrás eu coloquei a seguinte pergunta no Facebook: Sogra pode ser considerada como visita?
A origem da pergunta se dá pela seguinte expicação: no mês de Junho tivemos a visita de amigos brasileiros aqui em nossa casa. Em Julho idem, outros amigos nos visitando. E finalmente em Agosto, minha sogrita.

Então pergunto novamente: Sogra é visita?

A vinda dela para cá foi engraçada. Imaginem a cena: Uma pessoa simples, que nunca havia saído do país, sequer tinha passaporte, que não fala inglês; tomar um vôo de mais de 24 horas de duração, com uma parada e desembarque para troca de aeronave em Barcelona, necessitando se comunicar com gente que não fala a língua portuguesa.

Fiz de tudo para ajudá-la.
A primeira sacanagem foi solicitar atendimento especial. Toda companhia aérea que se preze possui este serviço, não sei se por força de lei ou para demonstrar que possuem um serviço modele e politicamente correto. Mas é um tipo de serviço onde eles acompanham o passageiro do momento que se faz o check in, até a entrada ao avião, acomodação nas poltronas, transito em outros aeroportos e desembarque. Um detalhe: toda a assistência pode ser realizada com o uso de cadeira de roda.
E não é que eles levam a sério. Embora minha sogrinha goze de muita boa saúde, e não aparente ter tanta idade, eles a trataram como se fosse uma pessoa debilitada. Foi bom para constrange-la. E acho que ela aceitou tudo numa boa, afinal não conseguia compreender o que eles falavam.

Preparei um mini dicionário para ela aprender a falar um vocabulário básico de inglês. Continha pelo menos uns 20 vocábulos e frases. Entre elas:
Water (English) >>> Uáter (noemês) - o nome da minha sogra é Noêmia.
Toillet (english) >>> Toaléti (noemês)
Aí ela me falava pelo Skype: "Mas isso é muito difícil!!! Esse negócio de Uáter... Como é que eu vou me lembrar disso na hora...."
Aí eu respondi: "Só a senhora se lembrar do seu filho mais velho (chama-se Walter). Quando a senhora estiver com sede é só chamar por ele: Walter! Walter!"

Outra façanha que fiz foi o de tirar fotografias do aeroporto, com o objetivo de mostrar a ela como era o local de desembarque, corredores, placas indicativas, banheiro, esteira de bagagem, etc. Para sacanear um pouco, tirei foto das placas que estavam com os caracteres em chinês.

E mesmo com tudo isso, não é que ela conseguiu chegar!!!!! E ainda desembarcou com um sorriso no rosto. Agora para a volta preciso me dedicar mais na arte de como causar problemas e transtornos.
Sei lá, de repente colocar um saco com algum pó branco (tipo açúcar dietético, bem fininho) no meio da bagagem de mão e fazer uma denúncia anônima,

Semana passada eu comprei comida japonesa no supermercado. Aqui é muito comum eles venderem sushis e nigiris feitos na hora para você levar para casa. Comprei alguns para o jantar. No meio da "marmitinha" (Bentô em japonês) sempre eles colocam um pouco de Wasabi.
Wasabi para quem não conhece é um tempero em pasta, de cor verde clara, utilizado na culinária japonesa e é conhecida também como raiz forte.
Para quem gosta de algo picante, ela funciona como pimenta. Tem que comer ou misturar ela em doses pequenas, o contrário, o "bixo ferve na boca e sai até lágrimas do zóio".
Minha sogra sempre curiosa, viu aquele trequinho verde no prato, empinou o nariz e perguntou: "O que é isso?" Eu respondi: "Ah isso aqui verdinho? É um tempero bem doce e gostoso. Tipo doce de banana (eu sei que ela adora doce de banana - hehehe). Não é que a véia encheu a colher e colocou na boca. Comeu com gosto... Sabem aqueles desenhos do pica-pau, onde aparece uma chaminá na cabeça do personagem que acabou de comer pimenta malagueta. Foi a mesma coisa...
E vejam vocês que injustiça. Até a Rosangela ficou chateada comigo..
Poxa vida!!! Não posso nem me divertir um pouco???

Depois falam que eu não gosto da minha sogra. E vejam que eu me considero um genro muito bom - um dos melhores que a minha sogra tem.

Para finalizar, isso me faz lembrar de uma piada que recebi por email:
Um amigo diz para o outro:
- Minha sogra é um anjo..
O outro rebate:
- Você tem sorte, a minha ainda está viva.

PS1: Essa a Rosangela não pode ler se não serei banido e extraditado.
PS2: Eu exagerei um pouco na narrativa.


Música: Você não vale nada - cover do Nando Reis
http://www.youtube.com/watch?v=GaQ0fNcXrPk&feature=related


Porque dessa música? O nome da canção é auto explicativo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Beatriz - primeiros momentos

Breath, Breath and Breath

Primeiros momentos da sua grande vida:

Uma curiosidade sobre a Beatriz:
Para quem não sabe, descobrimos que a Ro estava grávida quando chegamos aqui em Singapura. Em outras palavras, ela foi uma "Made in Brazil legitima, porem acidental".
Talvez (quase certeza) este foi o motivo da Ro ter vomitado sacolas e sacolas de papel no avião na viagem para esses lados.
Na hora que compramos o teste de farmácia e vimos o Positivo, ficamos desesperados. Não pela criança - para quem nos conhece sabe que gostamos muito de pequenos seres "cagoes que choram de noite" e que gostaríamos de compor uma família bem grande.
O pavor veio mais pela situação e contexto que estávamos: emprego novo, casa nova, fora do Brasil, sem família por perto, língua, medico novo, comida nova, tudo novo. No inicio foi perturbador.
Agora a gente somente olha para trás e dá risada.

Beatriz - 24 de Agosto - uma data especial

Singapura, 24 de Agosto de 2011.
Aqui começa a historia da Beatriz.
Com a graça e a benção divina fomos novamente brindados em ser papai e mamãe.
Ufa!!!! Estávamos ansiosos.


A Beatriz nasceu agora há pouco, as 9:33 AM - 3.200kg e 47cm.
O local escolhido foi um dos mais famosos hospitais daqui da ilha: Raffles Hospital.
Ele é um hospital grande, vários andares e com muitas especialidades. Os médicos conseguiram cativar a Rosangela, coisa que não é muito fácil de acontecer.
No momento em que a Beatriz nasceu, enquanto aqui já é quarta-feira de manha, o Brasil ainda esta na terça-feira a noite.

Agora imaginem a loucura que será quando resolvermos comemorar o aniversário dela no Brasil. Obviamente que seguiremos a data de nascimento, mas na realidade ela já terá feito anos no dia anterior. Maluco, não?

Quem poderiam imaginar que um dia iríamos ter uma filha nascida fora do Brasil? Ainda não caiu a ficha.
Outra duvida também: Quem nasce em Singapura é?
Depois eu respondo essa.


No exato momento em que eu estou escrevendo este post a Rosangela chegou ao quarto.
Em algumas horas chegara' a Beatriz para a primeira visitinha fora do bercario.

Resumindo: estamos muito felizes.
Abaixo segue as fotos que consegui tirar na sala de cirurgia.
Detalhe: Era proibido filmar ou tirar fotos. Entrei com a maquina escondida e dei uma de John No Arms. Agora só falta eles quererem me dar chibatadas por essa indisciplina...








Abraços

domingo, 21 de agosto de 2011

Última semana "sem" a Beatriz.

Este é o nosso último final de semana "sem" a Beatriz entre nós.  Estamos cá com nossos pensamentos e emoções, nos despedindo da gravidez e nos preparando para nossa filhotinha do lado de fora da barriga.
Ela já esta há muitos meses entre a gente, mas ainda não escutamos o choro, não conhecemos seu rostinho, não sentimos o seu cheirinho.

Mais exatos 3 dias a nossa nova menininha chegará a este mundo maluco.

Não há segredos. Não é mais necessário ler a bula. Depois de duas bem sucedidas gravidezes a gente se sente mais calejado e experiente. E realmente o somos.
Mas não tem jeito. Ainda sente-se o frio na barriga e toda aquela expectativa de pegá-la no colo vai subindo na medida que os dias não passam na velocidade que a gente gostaria.

A gravidez da Ro esta indo muito bem. Peso adequado, boa saúde e boa forma.
A nossa única preocupação é o fato de o nosso inglês não ser tão bom quanto gostaríamos. No final das contas haverá a necessidade de se internar, de se conviver, mesmo que por pouco tempo, com enfermeiras, médicos, pediatras, recepcionistas, agentes de seguro, pessoal de imigração, cartórios,  etc.
Uma coisa é você falar um inglês cujo vocabulário você esta acostumado a falar na sua rotina de trabalho - anos falando a mesma coisa te dá uma segurança mesmo que você não seja letrado.

Mas vamos que vamos. No final tudo sempre dá certo.






Aliás uma coisa engraçada. A Ro chegou aqui sem saber falar uma frase completa em inglês. Ela ainda não fala, mas já consegue dizer o suficiente para fazer amizades no condomínio. Entre as amizades da Ro há uma finlandesa, umas australianas, e também umas inglesas, além da nossa faxineira que é Filipina. É engraçado, mas somente assim é que se aprende: necessidade e sobreviviência.

O próximo post já será com a Beatriz no colo. Que assim seja!




 

 



sábado, 20 de agosto de 2011

Visitas II - Tailândia

Num dos posts anteriores falamos da visita dos irmãos Rogério e Ricardo. Neste, falaremos da semana que recebemos Alexandre e Débora.

Este casal de amigos, oriundos de São Paulo, nos disseram em uma data qualquer do final de 2010, que iriam dar um jeito de nos fazer uma visitinha.
Obviamente que duvidamos um pouco da promessa: Singapura é longe para dedéu; o casal tem dois filhinhos pequenos; uma viagem para cá não sai barato; e eles são paulistanos.
Este último explico: Não confie quando um paulistano disser a você:
"Vamos combinar para sair um dia" - na verdade significa = no dia do São Nunca, quem sabe...
"Qualquer dia desses eu passo na sua casa" = talvez do dia 30 de Fevereiro;
 Quem é de São Paulo conhece bem essa característica ...

Enfim, essa dúvida foi esclarecida quando começamos a amadurecer uma data e roteiros do que fazer.

Finalmente, chegaram e foi uma semana super densa a todos nós.

Além dos passeios turísticos de Singapura, combinamos de passar dois ou três dias numa das ilhas da Indonésia. Entretanto, por força da Rosangela, optamos por ir à Tailândia, e não nos arrependemos.

O lugar escolhido foi Phi Phi Island. O principal motivo foi de ser uma dos paraísos naturais do planeta. Este pequeno arquipélago no Oceano Indico sempre aparece nos Top 10 destinos de praia de qualquer revista de Viagem e Turismo.

A viagem começa no aeroporto de Singapura. Um dos mais bonitos que já vi. O aeroporto é tão chique que possui jardins e lagos dentro dos terminais.
Do aeroporto toma-se um vôo até a cidade de Pucket na Tailândia. É um vôo bem curto, de apenas 90 minutos. O bom dessas viagens curtas é que a gente não sofre com a falta de paciência das crianças.
Geralmente, nos vôos longos, sempre há um problema ou outro com a prole, pois se a gente fica incomodado, imaginem os bichinhos.
Chegando lá, havia uma van nos esperando, para fazer o traslado entre o aeroporto e o porto. Pois bem, para chegar em Phi Phi Island é necessário que se tome um ferry boat. Necessita-se um cruzar uma bom trecho de alto mar para se acessar o arquipélago.
Fora o tempo de espero no porto, o barco roda por cerca de 3 horas. Isso mesmo, foram três horas para se cruzar o mar.
Embora o barco seja preparado para esta finalidade, ele deixa a desejar em conforto. O barco "bate à beça na água". Muita gente passa mal e sente enjôos.
A chinesaida são os mais fraquinhos. Um monte saia correndo com o saquinho na boca, branco, com o olhar marejado. Mas confesso que tive minhas dores de cabeça.
O barco é gigante. Parece um avião por dentro. Devem caber cerca de 200 pessoas sentadas. E rápido.
Interior da van que fez o traslado (Ale e Deb) em nova lua de mel.

No meio do caminho paramos para fazer um almoço num restaurante de comida típica. Neste lugar há vários aquários e você pode escolher o exemplar que forrará o interior do seu estômago.

As fotos a seguir mostram várias faces do nosso barco - ferry boat e das paisagens que foi possível fotografar nos momentos em que não havia o "mexe - mexe". As poses abaixo foram tiradas já na chegando na ilha de Phi Phi Island.







Abaixo a bandeira da Tailândia mal tratada pelo vento e maresia.



Ufa!! E finalmente, depois de quase 3 horas no barco, chega-se ao paraíso.
Optamos por ficar num dos resorts da ilha - há vários.
A ilha não possui estradas, portanto o único meio de transporte são os barcos ou helicópteros para os milionários.




Várias poses no resort.


Há varios resorts pelo arquipélago. Muitos grupos estrangeiros montaram enormes infraestruturas de lazer e turismo. Além do lugar ser muito bonito, a realidade econômica da Tailândia o faz um país com um custo de vida muito baixo, quando comparado aos da Europa e USA.
Aliado a isso, tem-se o fato de o povo tailandês ser tão simpático e receptivo quanto o brasileiro. Ta aí um boa e simplória explicação por que os gringos preferem viajar para Tailândia, em vez de ir aos nossos resorts do Nordeste.
Para que trocar um lugar mais barato, muito seguro, com aeroportos modernos, que tem uma das melhores companhias aéreas da Ásia (Thai Air), por lugares caros e muitas vezes inseguros.
Isto deprecia muito o nosso turismo, e com essa ridícula explicação fica fácil compreender por que qualquer paisinho da América Central, ou mesmo o Uruguai, consegue receber tantos turistas quanto o Brasil.
Outra curiosidade sobre a ilha e os resorts: Todos foram arrasados pelo Tsunami de 10 anos atrás. Hoje não é fácil identificar vestígios do desastre, mas basta dar uma espiada na Internet para se ver o poder da natureza e como isso afetou drasticamente os locais e os turistas.


Num dos dias que estivemos por lá, decidimos por fazer um passeio extra até as partes mais famosas do arquipélago.
Numa pequena e rápida lancha passamos toda a manhã e parte do início da tarde pulando de praia em praia, ilha em ilha, num dos passeios mais bonitos que já fiz.
O lugar é perfeito para quem gosta de praias calmas, água clara e mergulho. A água é morna e a temperatura ambiente é agradável. É calor, mas não tão sufocante como Singapura.








 








Um agradecimentos especial ao Alexandre e à Débora pelos momentos inesquecíveis e pela visita.

Música: Band of Horses - Is there a ghost.
Band of Horses - Is There a Ghost
Ou copie e cole o link: http://www.youtube.com/watch?v=JK716RqoUms


Porque: O Bernardo gosta dessa música e ele tenta, do jeito dele, cantar a melodia junto. A Débora presenciou um desses momentos e a música grudou como um chiclete. No final da viagem estava todo mundo imitando o Bernardo. Ta Ta Tiiii, Ta Ta Tiii iiiii.