Mais um país
fascinante: limpo, organizado, moderno, cheira a civilidade (embora os homens
daqui não lavem as mãos ao sair do banheiro).
Nível de pobreza
abaixando a limites toleráveis e incrementando qualidade de vida na população.
Uma mistura
de cultura antiga com tecnologia e desenvolvimento.
Este
pequeno país que fica “espremido” entre a China, a Rússia e o Japão, nos meus
critérios, já pode ser considerado como um país desenvolvido.
As cidades
têm perfil arrojado, as avenidas são amplas e limpas.
Os jardins
e a área verde no entorno da cidade chama bastante a atenção. Eles fazem
questão de preservação ambiental. E não podemos esquecer que isso foi
seriamente afetado durante a guerra da Coréia, na década de 60, devido aos
inúmeros bombardeios.
Provavelmente
a sua televisão seja coreana. O seu carro idem. Os navios que transportam as
mercadorias brasileiras também.
Uma indústria
que há 20 anos engatinhava, hoje já tira o sono e a tranqüilidade de muitos
empresários e multinacionais dos países ocidentais e industrializados.
A indústria
automotiva, por exemplo, esta roubando rapidamente o market share das
montadoras japonesas e americanas. Hyundai, Kia e Daewoo made in Korea.
Empresas
como Sony, Philips, Panasonic, todas as grandes fabricantes de TV estão
sofrendo a beça com as grandes coreanas LG e Samsung. Para se ter uma idéia, a
Sony esta no vermelho por falta de mercado para as televisões fabricada por
eles, já consideradas antiquadas e mais caras.
Historicamente,
este pequeno país sempre esteve sob alerta. Embora os problemas com o vizinho
de cima, Coréia do Norte, tenham grande cobertura na mídia, o solo coreano
sempre foi pisoteado pelos vizinhos estrangeiros, com atitudes nada amigáveis.
A China já
invadiu e guerreou com eles inúmeras vezes, talvez desde tempos remotos, antes
de Cristo. Genghis Khan já dominou esse lugar com os mongóis.
Um pouco
antes da primeira guerra mundial a Coréia ficou sob domínio do Império Japonês.
Nas décadas
pós II guerra mundial, o país estava economicamente despedaçado e foi divido em
duas partes para atender aos interesses dos Soviéticos e dos Americanos. Desse
litígio foram criados as Coréias do Sul e do Norte.
Enquanto a
do Sul esbanja crescimento e prosperidade, a de cima, é a versão arregaçada e contrária.
O Norte
possui um governo totalitário e ditatorial, dominando e reprimindo qualquer
protesto ou ato civil. Não tem meios de comunicação independentes e tudo é
manipulado politicamente pelo governo.
Quando
perguntei sobre o porquê dos norte-coreanos não se rebelarem, disseram que se o
governo perceber qualquer manifestação contrária ao que eles pregam, as
conseqüências para quem perturba o ditador são pesadas: cadeia, execução,
podendo ser estendido aos familiares.
É muito
comum as pessoas do Norte tentarem uma fuga desesperada para o Sul. Quando isso
ocorre o governo do lado mais rico providencia bons programas sociais e oferece
uma rápida integração na sociedade. Então, não existe problema racial ou
xenofóbico entre os dois paises. O real problema são os patrocinadores da
ditadura: China e Rússia.
Tais
problemas com os vizinhos gigantes ainda influenciam negativamente as relações
diplomáticas. A Coréia do Sul tem sérias divergências com a China e com o
Japão.
Em função
disso é um dos pais mais armados belicamente do mundo. No final, embora
pareçam, eles não se preocupam tanto com algum ataque da Coréia do Norte. O que
eles temem são ataques dos japoneses e de chineses.
O Japão e a
Coréia têm uma antiga disputa por umas ilhas, localizadas entre os dois paises,
cujo controle esta sob o lado coreano. Os japoneses reinvidicam a posse. Dizem
que embaixo da ilha há uma quantidade muito valiosa de um tipo de minério muito valioso, que esta sendo considerado o
combustível do futuro.
Já a China,
é inimiga antiga e apóia a Coréia do Norte. Qualquer dor de barriga, os
chineses os suportam com tropas e armamento bélico.
Devido a
este cenário eles investem pesado na defesa. Para se ter uma idéia, eles
possuem um dos maiores arsenais e tropas ativas do mundo. Os números de navios,
fragatas, mísseis, aviões, tanques, figuram dentro do top 10 de qualquer
estatística sobre esse assunto. E, novamente explicando, isso tudo não é para a
Coréia do Norte.
Eu
perguntei aos colegas coreanos quem financia os norte-coreanos. A resposta dado
foi que são eles mesmos (?!?).
A
industrialização da Coréia do Norte é pífia. E o pouco que tem, teve grande
contribuição dos irmãos sulistas. Tanto na construção, como para o financiamento.
Mas como
pode ser isso? Como podem permitir financiar um país que pode lhe causar
problemas diplomáticos e militares?
Primeiro há
que se entender que eles se gostam mutuamente. Fazem parte da mesma raça e
possuem os mesmos ancestrais. Neste ponto percebe-se que são muito orgulhosos.
Há uma forte identidade e inclinação para se obter “uma só nação”. Portanto, nada
mais natural que querer ajudar o irmao necessitado e unificar tudo em uma só
Coréia.
Então, há
cerca de 2 décadas o governo sul-coreano investiu em melhorias em solo
norte-coreano. Construiu uma série de fabricas têxtil, de baixo valor agregado.
Atualmente mais de 40.000 pessoas tem emprego nesses lugares, recebendo
salários pagos com dinheiros dos vizinhos sulistas.
Parte desse
dinheiro é arrecadada na forma de impostos pelo governo ditatorial. Resultado:
os próprios sul coreanos é quem estão financiando os testes de mísseis dos
norte-coreanos.
A região
que trabalhei é uma das mais importantes da Coréia.
Busan, é a
segunda maior cidade. A principal e capital é a já conhecida Seoul.
Nessa
cidade há muitas refinarias, pólos petroquímicos, estaleiros e siderúrgicas.
Sem dizer
nas montadoras de automóveis.
Indústrias
como Hyundai, LG, Samsung, fazem de tudo. Desde telecomunicações, carros,
navios, construção civil, etc. Tudo tem o toque dessas poderosas empresas.
O nível
educacional daqui é extremamente elevado. Aqui eles investem pesado em
educação, e as crianças passam boa parte do tempo estudando e se dedicando ao desenvolvimento
intelectual – aqui temos outra paixão e orgulho deles – o sistema educacional.
Dizer que
coreano come carne de cachorro é um mito. Seria o mesmo que dizer que brasileiro
come carne de sucuri todos os dias.
Aqui eles
dirigem do mesmo lado que o Brasil e o aeroporto de Seul é sensacional – ainda
não entendo como o aeroporto de Bagulhos pode ser tão ruim. Aliás, eu entendo
muito bem.
Mais de 50%
da população declara que não possui convicção religiosa. Outros 30% se dizem budistas
e outros 25%, Cristãos. Vários colegas da SKF são cristãos.
No centro
da cidade há uma imensa igreja católica. Criando um cenário um tanto incomum na
Ásia.
Nao se consegue ver muito bem, mas ha uma igreja na foto acima.
Busan é a
sede da maior loja de conveniências do mundo, inclusive registrado no Guiness
Book.
São mais ou
menos 10 andares de lojas que não acabam mais.
Acima: vista central do Shopping
Abaixo: arredores - lado externo.
Um dos
pratos preferidos dos coreanos é o churrasco. A versão deles é um tanto
diferente da nossa. Basicamente eles utilizam churrasqueiras a carvão, e
grelham a carne. Entretanto sem sal ou tempero. Ainda prefiro a nossa picanha.
Mas não deixa de ser interessante a forma com que a preparam.
Abaixo: Um dos pratos que experimentei: Sushi com ouro ralado. Nao estou mentindo. Comi ouro. Dizem que faz bem para o processo digestivo.
Abaixo: Um restaurante comum coreano. Todos tem que tirar os sapatos e os deixam na entrada do lugar.
Karaokê é
um dos passa-tempos preferidos dos coreanos. São muito comuns eles se reunirem,
alugar uma sala privada e fazer a festa.
Aqui não há
Karaokê onde você canta num palco junto com todo mundo. Aqui você toma um
elevador, adentra a um andar cheio de pequenas salas, escolhe a que melhor lhe
convém, e paga pelo serviço.
São
geralmente diversas salas pequenas, para no máximo umas 8 pessoas. Não há muita
exposição pessoal.
Caso você
estiver sozinho e não tiver gente para te escutar e encher a sala, não se
preocupe. Por 30USD por hora, você pode contratar garotas de companhia. Não são
prostitutas. Elas somente fazem companhia, cantam e fingem serem suas amigas.
Aliás, prostituição
é uma coisa interessante a se analisar:
Uma notícia
que li no jornal de 4 de Julho, foi que um dos produtos mais exportados da
Coréia do Sul são as prostitutas.
Segundo o
jornal “The Korea Herald” 90% das prostitutas detidas em Los Angeles são daqui.
Na Austrália são estimados que 1 a cada 6 prostitutas são coreanas. No Japão há
uma comunidade de mais ou menos 50.000 prostitutas.
Esses números
estão dando ao país uma nova e indesejada reputação, que é o de exportar
prostitutas.
Nota: será que
conseguiríamos fazer o mesmo com os nossos políticos brasileiros?