Por que "A Família do Futuro"?

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Singapore
O nome do Blog surgiu de uma brincadeira, pois é muito curioso pensar que estaremos fisicamente onze horas à frente de nossa terra natal. Em Singapore, teoricamente, tudo ocorre primeiro que no Brasil. Aqui tentaremos ser cronistas de nós mesmos, interpretando o mundo à nossa volta em palavras simples e diretas. Mostraremos as aventuras de Marco, Ro, Carol, Bernardo, Beatriz e Eduardo em terras distantes. Rev3: Durante o tempo de existência desse blog, esta introdução foi alterada 2 vezes por incremento de novos integrantes.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Coréia do Sul

Mais um país fascinante: limpo, organizado, moderno, cheira a civilidade (embora os homens daqui não lavem as mãos ao sair do banheiro).
Nível de pobreza abaixando a limites toleráveis e incrementando qualidade de vida na população.
Uma mistura de cultura antiga com tecnologia e desenvolvimento.



Este pequeno país que fica “espremido” entre a China, a Rússia e o Japão, nos meus critérios, já pode ser considerado como um país desenvolvido.
As cidades têm perfil arrojado, as avenidas são amplas e limpas.
Os jardins e a área verde no entorno da cidade chama bastante a atenção. Eles fazem questão de preservação ambiental. E não podemos esquecer que isso foi seriamente afetado durante a guerra da Coréia, na década de 60, devido aos inúmeros bombardeios.

Provavelmente a sua televisão seja coreana. O seu carro idem. Os navios que transportam as mercadorias brasileiras também.

Uma indústria que há 20 anos engatinhava, hoje já tira o sono e a tranqüilidade de muitos empresários e multinacionais dos países ocidentais e industrializados.

A indústria automotiva, por exemplo, esta roubando rapidamente o market share das montadoras japonesas e americanas. Hyundai, Kia e Daewoo made in Korea.
Empresas como Sony, Philips, Panasonic, todas as grandes fabricantes de TV estão sofrendo a beça com as grandes coreanas LG e Samsung. Para se ter uma idéia, a Sony esta no vermelho por falta de mercado para as televisões fabricada por eles, já consideradas antiquadas e mais caras.

Historicamente, este pequeno país sempre esteve sob alerta. Embora os problemas com o vizinho de cima, Coréia do Norte, tenham grande cobertura na mídia, o solo coreano sempre foi pisoteado pelos vizinhos estrangeiros, com atitudes nada amigáveis.
A China já invadiu e guerreou com eles inúmeras vezes, talvez desde tempos remotos, antes de Cristo. Genghis Khan já dominou esse lugar com os mongóis.
Um pouco antes da primeira guerra mundial a Coréia ficou sob domínio do Império Japonês.
Nas décadas pós II guerra mundial, o país estava economicamente despedaçado e foi divido em duas partes para atender aos interesses dos Soviéticos e dos Americanos. Desse litígio foram criados as Coréias do Sul e do Norte.
Enquanto a do Sul esbanja crescimento e prosperidade, a de cima, é a versão arregaçada e contrária.
O Norte possui um governo totalitário e ditatorial, dominando e reprimindo qualquer protesto ou ato civil. Não tem meios de comunicação independentes e tudo é manipulado politicamente pelo governo.
Quando perguntei sobre o porquê dos norte-coreanos não se rebelarem, disseram que se o governo perceber qualquer manifestação contrária ao que eles pregam, as conseqüências para quem perturba o ditador são pesadas: cadeia, execução, podendo ser estendido aos familiares.
É muito comum as pessoas do Norte tentarem uma fuga desesperada para o Sul. Quando isso ocorre o governo do lado mais rico providencia bons programas sociais e oferece uma rápida integração na sociedade. Então, não existe problema racial ou xenofóbico entre os dois paises. O real problema são os patrocinadores da ditadura: China e Rússia.
Tais problemas com os vizinhos gigantes ainda influenciam negativamente as relações diplomáticas. A Coréia do Sul tem sérias divergências com a China e com o Japão.
Em função disso é um dos pais mais armados belicamente do mundo. No final, embora pareçam, eles não se preocupam tanto com algum ataque da Coréia do Norte. O que eles temem são ataques dos japoneses e de chineses.

O Japão e a Coréia têm uma antiga disputa por umas ilhas, localizadas entre os dois paises, cujo controle esta sob o lado coreano. Os japoneses reinvidicam a posse. Dizem que embaixo da ilha há uma quantidade muito valiosa de um tipo de minério muito  valioso, que esta sendo considerado o combustível do futuro.
Já a China, é inimiga antiga e apóia a Coréia do Norte. Qualquer dor de barriga, os chineses os suportam com tropas e armamento bélico.
Devido a este cenário eles investem pesado na defesa. Para se ter uma idéia, eles possuem um dos maiores arsenais e tropas ativas do mundo. Os números de navios, fragatas, mísseis, aviões, tanques, figuram dentro do top 10 de qualquer estatística sobre esse assunto. E, novamente explicando, isso tudo não é para a Coréia do Norte.

Eu perguntei aos colegas coreanos quem financia os norte-coreanos. A resposta dado foi que são eles mesmos (?!?).
A industrialização da Coréia do Norte é pífia. E o pouco que tem, teve grande contribuição dos irmãos sulistas. Tanto na construção, como para o financiamento.
Mas como pode ser isso? Como podem permitir financiar um país que pode lhe causar problemas diplomáticos e militares?
Primeiro há que se entender que eles se gostam mutuamente. Fazem parte da mesma raça e possuem os mesmos ancestrais. Neste ponto percebe-se que são muito orgulhosos. Há uma forte identidade e inclinação para se obter “uma só nação”. Portanto, nada mais natural que querer ajudar o irmao necessitado e unificar tudo em uma só Coréia.
Então, há cerca de 2 décadas o governo sul-coreano investiu em melhorias em solo norte-coreano. Construiu uma série de fabricas têxtil, de baixo valor agregado. Atualmente mais de 40.000 pessoas tem emprego nesses lugares, recebendo salários pagos com dinheiros dos vizinhos sulistas.
Parte desse dinheiro é arrecadada na forma de impostos pelo governo ditatorial. Resultado: os próprios sul coreanos é quem estão financiando os testes de mísseis dos norte-coreanos.

A região que trabalhei é uma das mais importantes da Coréia.
Busan, é a segunda maior cidade. A principal e capital é a já conhecida Seoul.
Nessa cidade há muitas refinarias, pólos petroquímicos, estaleiros e siderúrgicas.
Sem dizer nas montadoras de automóveis.






Indústrias como Hyundai, LG, Samsung, fazem de tudo. Desde telecomunicações, carros, navios, construção civil, etc. Tudo tem o toque dessas poderosas empresas.

O nível educacional daqui é extremamente elevado. Aqui eles investem pesado em educação, e as crianças passam boa parte do tempo estudando e se dedicando ao desenvolvimento intelectual – aqui temos outra paixão e orgulho deles – o sistema educacional.

Dizer que coreano come carne de cachorro é um mito. Seria o mesmo que dizer que brasileiro come carne de sucuri todos os dias.

Aqui eles dirigem do mesmo lado que o Brasil e o aeroporto de Seul é sensacional – ainda não entendo como o aeroporto de Bagulhos pode ser tão ruim. Aliás, eu entendo muito bem.


 Mais de 50% da população declara que não possui convicção religiosa. Outros 30% se dizem budistas e outros 25%, Cristãos. Vários colegas da SKF são cristãos.
No centro da cidade há uma imensa igreja católica. Criando um cenário um tanto incomum na Ásia.
Nao se consegue ver muito bem, mas ha uma igreja na foto acima.

Busan é a sede da maior loja de conveniências do mundo, inclusive registrado no Guiness Book.
São mais ou menos 10 andares de lojas que não acabam mais.

 Acima: vista central do Shopping
Abaixo: arredores - lado externo.

Um dos pratos preferidos dos coreanos é o churrasco. A versão deles é um tanto diferente da nossa. Basicamente eles utilizam churrasqueiras a carvão, e grelham a carne. Entretanto sem sal ou tempero. Ainda prefiro a nossa picanha. Mas não deixa de ser interessante a forma com que a preparam.




Abaixo: Um dos pratos que experimentei: Sushi com ouro ralado. Nao estou mentindo. Comi ouro. Dizem que faz bem para o processo digestivo.
  
Abaixo: Um restaurante comum coreano. Todos tem que tirar os sapatos e os deixam na entrada do lugar.

Karaokê é um dos passa-tempos preferidos dos coreanos. São muito comuns eles se reunirem, alugar uma sala privada e fazer a festa.
Aqui não há Karaokê onde você canta num palco junto com todo mundo. Aqui você toma um elevador, adentra a um andar cheio de pequenas salas, escolhe a que melhor lhe convém, e paga pelo serviço.
São geralmente diversas salas pequenas, para no máximo umas 8 pessoas. Não há muita exposição pessoal.
Caso você estiver sozinho e não tiver gente para te escutar e encher a sala, não se preocupe. Por 30USD por hora, você pode contratar garotas de companhia. Não são prostitutas. Elas somente fazem companhia, cantam e fingem serem suas amigas.
Aliás, prostituição é uma coisa interessante a se analisar:
Uma notícia que li no jornal de 4 de Julho, foi que um dos produtos mais exportados da Coréia do Sul são as prostitutas.
Segundo o jornal “The Korea Herald” 90% das prostitutas detidas em Los Angeles são daqui. Na Austrália são estimados que 1 a cada 6 prostitutas são coreanas. No Japão há uma comunidade de mais ou menos 50.000 prostitutas.
Esses números estão dando ao país uma nova e indesejada reputação, que é o de exportar prostitutas.

Nota: será que conseguiríamos fazer o mesmo com os nossos políticos brasileiros?

 

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