Fumaça branca indica
eleição de um novo santo.
(No nosso
caso, indica a nomeação do nosso “santinho”)
Por volta
das 11:30 AM da manhã de 30 de Maio de 2013 (00:30AM – horário de Brasília), a
chaminé do Raffles Hospital expeliu a fumaça branca, anunciando para os
milhares de fiéis reunidos em frente ao Marina Bay e Buggys Junction, que a
conclave, enfim, havia acabado com a palhaçada.
Assim que
se avistou a fumaça branca, o Decano apareceu na sacada do hospital para fazer
a proclamação Habemus
Papam, e anunciou
aos 4 ventos o nome de batismo simbólico e o nome pontifício do novo santo.
O nome de
batismo simbólico foi Zébedeu, o nome pontifício do santo agora é ...
Mas antes, preciso
explicar algumas coisas.
Foi uma votação
apertada, mas, como sempre, o bispo brasileiro não apita muita coisa.
Da ultima
lista, foram selecionados 4 nomes, dos quais três deles foram rechaçados pela responsável
da capela.
Braddock,
Stallone, VanDamme.
Braddock
seria legal, pois iríamos apelidá-lo de Chuck, mas aí lembramos a possibilidade
dele ser confundido pelo homônimo brinquedo assassino Chuck, e não queremos ser
responsáveis por bullyng.
Aqui o
registro da criança é realizado no próprio hospital.
Tudo é
sincronizado e interligado com o sistema do governo. A própria enfermeira
preenche os dados, imprimi um rascunho para se conferir e, estando tudo nos conformes, emite o registro. Pronto! Simples e sem
burrocracia ou cartórios.
Aqui a
gente gosta de testar os Singapurianos (leia-se causar problemas e desconforto).
Eu já havia
escrito anteriormente que as regras daqui são bem rígidas. Talvez isso faça com
que os locais fiquem preguiçosos e rígidos. Consequentemente, quando eles se vêem
numa situação inusitada, eles perdem o rebolado e ficam paralisados. A gente
adora testar e comprovar isso.
Hoje de manhã
uma enfermeira veio nos perguntar se estávamos com os nossos passaportes, pois
seriam utilizados no registro de nascimento.
Respondi
que não tinha passaporte, pois estávamos vivendo ilegalmente em Singapura.
Coitada
da enfermeira. Não sabia o que fazer.
Algumas
horas depois, fiz outra vitima: a enfermeira chefe.
Logo após a
certidão ter sido emitida, ela me pediu que pagasse a taxa da certidão diretamente
para ela. Como estava sem a carteira (deixara no quarto), falei para ela que não
tinha o dinheiro naquele momento.
Ai ela me
perguntou:
- Você volta
depois para pagar?
- Não!
Nunca mais eu voltarei aqui.
Pronto!
Mais uma que ficou paralisada por alguns segundos, sem reação.
Isso sem
falar no dia do parto.
O nosso
obstetra/ginecologista já nos conhece e sabe do nosso senso de humor. Mas a pediatra
que acompanhava o parto, não.
Assim que o
bebe foi colocado ao lado da Rosângela ela me perguntou:
- Nossa! Você acha que
ele é parecido com quem?
Eu respondi:
- Olha, ele se parece muito com o vizinho do 10.o andar.
O doutor
teve que parar a suturação da cesárea para dar risada e a pediatra ficou com
cara de sem graça, olhando para a Rosângela.
Mas não parou por aí. Foram múltiplas
as pegadinhas do Faustão:
Antes de
entrar na sala de parto como testemunha (assim eles chamam os acompanhantes), vários funcionários fazem as mesmas perguntas - eles fazem dezenas de triagens para evitar qualquer erro. Chega a irritar, tamanho o protocolo.
Já andando
para a sala do parto, uma das enfermeiras me pergunta:
- Você é o
marido da Rosângela Veloso?
- Não, não sou
eu. Não faço nem idéia de quem é esta pessoa – respondi.
A mulher
parou de caminhar e com cara de espanto disse:
- Mas ela é
a única mulher na ala hoje...
A Rosângela,
na sala de anestesia, também passou por uma triagem. Perguntaram para ela:
- Essa aqui
é a sua assinatura?
- Não, essa
não é a minha assinatura.
Novamente,
aquelas caras de espanto de desenho animado japonês.
A gente é
bobo, mas se diverte...
Ah! O nome?
Eduardo Gomes Veloso. Esse é o nome do nosso santinho. Agora somente falta
conhecer a Mônica para fazer jus a canção.