Esta semana estou trabalhando no país que possui a maior população muçulmana do planeta: Indonésia.
Lugar de
povo simpático, hospitaleiro, místico, religioso, com lugares de praias
paradisíacas, e corais e fauna marinha exuberante.
São
milhares de ilhas espalhadas entre o Pacifico e o Indico. Difícil de se
acreditar que, embora não seja um país continental como o Brasil ou os Estados
Unidos, necessita-se de 4 horas para se cruzar a extremidade ocidental, até a oriental.
Você sabia
que a Indonésia, na época do imperialismo, foi colonizada pelos holandeses? Eu não
sabia. Segundo os locais tudo fora um desastre. Tanto que muito pouco ficou de
herança holandesa. Mesmo na língua.
Interessante
que os portugas também estiveram por aqui. Ainda há herança deles em Timor
Leste e algumas palavras foram incorporadas na língua (como sapato, rua,
martelo, etc.).
Um lugar
muito religioso e que possui uma mescla de islamismo, budismo e Hinduísmo.
São 200 milhões
de habitantes num país considerado como um dos mais prósperos emergentes nos
próximos anos.
Segundo Jim
O’Neill, o criador do termo BRIC, a Indonésia faz parte dos “Next Eleven ou
N-11”. Este é o termo utilizado por ele para definir os mercados emergentes e
que propiciam boas condições para investimentos.
Os N-11
são: Bangladesh, Egito, Indonésia, Ira, Coréia do
Sul, México, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Turquia e Vietnam.
Esta
prosperidade trouxe também um boom de edifícios financeiros, shopping centers e
lojas de grife.
Pois é!
Aqui há uma corrida pelo ouro. Abaixo fotos tiradas da janela da SKF em Jakarta - o local é um centro comercial bem moderno.
Se você
acha que o trafego de São Paulo ou Rio é ruim, vem para cá para ver a
quantidade de carros que eles estão colocando na rua nos últimos anos. É
credito bancário para financiamento que não acaba mais. Avalanches de carros
japoneses ou motos despejados diariamente – e não estou exagerando. Creio que a
Toyota nunca ganhou tanto dinheiro por aqui como agora.
No final a
infra-estrutura entra em colapso e não suporta o volume. O pior é que o
problema ocorre quase que 24 horas por dia. Não tem hora de pico, pois a
qualquer momento há engarrafamentos.
O problema
do trafego trás muita dor de cabeça para população. Perde-se muito em qualidade
de vida. Nós paulistanos sabemos muito bem o que é isso.
Aqui eles
não têm o rodízio de placas, mas implementaram um negócio chamado de 3 por 1. É
simples: Em vias selecionadas, cada carro, obrigatoriamente, tem que carregar 3
pessoas. Menos que isso, multa.
Assim como
no Brasil, o povo sabe se virar para ganhar dinheiro. Uma das formas de inovação
em serviço são as pessoas que se oferecem para serem transportadas, e assim,
completar a quota de 3 pessoas por carro.
Eu sempre
observei que em alguns lugares, sempre ficam centenas de pessoas pedindo
carona. Certo dia, estávamos retornando de um cliente e meu colega de empresa
se dirigia para o hotel que estava. Como ele tinha que circular nessa área restrita,
ele parou o carro e informou a uma dessas pessoas: “Estou indo para o hotel
Meridien”. Então essa pessoa entrou no carro, recebeu seu dinheiro, em torno de
R$ 4,00, e fomos juntos para o hotel. Achei super engraçado.
Assim como
o Brasil, possui uma grande vocação agrícola. Produz muito óleo de Palmeira
(Palm Oil), celulose, frutas, farinha, madeira, etc.
Palm Oil é
uma das principais commodities. O óleo é extraído de uma árvore que lembra uma
palmeira. Antes de vir para cá nunca tinha ouvido falar. Mas, além de ser
amplamente utilizada na culinária local, também faz parte da matéria prima do
chocolate, produtos de beleza, e pasmem, recordam do sabonete Palmolive? Pois
é. Reparem no nome do antigo sabonete. Pegou?
A moeda é a
Rupia (IDR - Indonesian Rupia). Aqui as cédulas de papel possuem valores “estranhos”. É muito
comum sacar dinheiro em quantias de 500 mil, por exemplo.
Talvez uma
alta inflação do passado fosse o motivo dessa grande quantidade de zeros na
moeda. No final costumo dizer que aqui é muito fácil de se tornar milionário,
pois qualquer um aqui pode receber 1 milhão de Rúpias por um trabalho.
Para você
ter uma idéia, a minha conta do hotel foi de quase 2 milhões de Rúpias. O que
equivale a mais ou menos R$ 400,00.
Mas nem
tudo é perfeito. Corrupção, certamente muito pior que o Brasil.
Muita
pobreza e falta de saneamento básico. Muita gente abaixo da linha da pobreza –
não chega a ser uma Índia, mas tem um déficit gigante.
Serviços
públicos precários e com gente mal remunerada. Ao final tem-se um péssimo
serviço.
Na 2.a
feira quando desembarquei no aeroporto internacional, foram quase duas horas de
fila de imigração e inspeção de bagagem. Muita pouca gente trabalhando e
naquela velocidade...
Aliás, o
aeroporto daqui é bem melhor que o de Guarulhos. Mas também esta comparação não
é muito justa, certo? (O nosso aeroporto é uma bosta mesmo!).
Em geral
são pacíficos, desde que você não utilize acentos de exclamação nos e-mails
(!). Recentemente um colega sueco enviou um e-mail dando ênfase numa tarefa, e
utilizou uma exclamação. Ufa! Isso foi motivo para várias discussões e atritos,
pois consideraram isso muito ofensivo.
Entretanto,
nos centros comerciais e hotéis todos, obrigatoriamente, somos revistados.
Olham com espelhos em baixo de carros, tentando prevenir algum ataque
terrorista. Sempre tem um doido nesse mundo, não?
A comida é
um tanto apimentada quando comparada aos padrões brasileiros. Mas aqui na Ásia
tudo é apimentado. Hoje já nem ligo mais. Também se ligassem morreria de fome.
Come-se
muito arroz e frango. Peixe também faz parte do cardápio. Porco nem pensar. Lembrem-se,
muçulmanos não comem porco.
Todo lugar
tem um pequeno espaço que se chama Mushola. Nada mais é do que um espaço para
se rezar. Os muçulmanos têm que rezar várias vezes durante o dia. E o ritual
consiste em tirar os sapatos, se agachar, reverenciar, rezar, sempre “olhando”
na direção de Meca. Um dia desses um vendedor local interrompeu a conversa que estávamos
tendo, para dar uma rezada de alguns minutos. Terminada a reza, voltou e
terminamos a conversa.
Eles levam
a sério a regra de que muçulmano precisa ir`a Meca antes de morrer. Há
peregrinações e excursões constantes para a Arábia Saudita. Muito comum de se
ver pessoas se ausentando do trabalho para fazer parte dessa viagem
(pilgrimage).
Mas também
conheço muitos cristãos. Interessante como eles convivem bem um ao lado do
outro. Não se vê conflitos (ao menos eu nunca vi).
Encontrei
este interessante website que fala sobre a religião islâmica. Simples e
didático: http://www.islamicbulletin.org/portuguese/portuguese.htm
Muzika: Screaming Trees - Gospel Plow (clique link) ou copie e cole:
http://www.youtube.com/watch?v=k8_G2RH8j5A
PQ: Banda que estourou na mesma época do grunge de Seatle, e que
infelizmente, acabou.
Essa é uma
das minhas musicas prediletas, e vem bem a calhar, pois tem um cunho religioso
na letra. Embora, em minha opinião, pareça mais com uma musica de dor de
cotovelo, de ter perdido uma pessoa amada.
Mas o som é
bom!
Mas o som é bom! E o interessante é que originalmente a banda é composta por 4 pessoas. Aqui nesse show ao vivo, aparece o Josh Homme, atualmente famoso por ser um cara super ativo e criativo, dono de outro grupo muito bom, o Queen of Stone Age (QOSA e ex guitarrista do Kyuss.
Mas o som é bom! E o interessante é que originalmente a banda é composta por 4 pessoas. Aqui nesse show ao vivo, aparece o Josh Homme, atualmente famoso por ser um cara super ativo e criativo, dono de outro grupo muito bom, o Queen of Stone Age (QOSA e ex guitarrista do Kyuss.