Por que "A Família do Futuro"?

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Singapore
O nome do Blog surgiu de uma brincadeira, pois é muito curioso pensar que estaremos fisicamente onze horas à frente de nossa terra natal. Em Singapore, teoricamente, tudo ocorre primeiro que no Brasil. Aqui tentaremos ser cronistas de nós mesmos, interpretando o mundo à nossa volta em palavras simples e diretas. Mostraremos as aventuras de Marco, Ro, Carol, Bernardo, Beatriz e Eduardo em terras distantes. Rev3: Durante o tempo de existência desse blog, esta introdução foi alterada 2 vezes por incremento de novos integrantes.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Curiosidades sobre a Ásia: Carros e trânsito.


O nível de civilidade em Singapura é bem avançado em relação à maneira de conduzir um veículo.
As leis daqui são brandas e severas; e aliado ao fato de se ter muitos policiais à paisana, ninguém ousa urinar fora do pinico.
Conheço pessoas – colegas de trabalho – que foram multados por excesso de velocidade, andar em faixa proibida, estacionar em local impróprio, etc.
Por outro lado um incansável programa de educação no trânsito, faz com que essa pequena ilha tenha um tráfego bem organizado.
Aqui pedestre em primeiro lugar. Carro tem que parar na faixa de pedestre. Ai se um transeunte for atropelado.
Moto ocupa uma faixa de rolagem. Embora eles também andem no chamado corredor, entretanto aqui não tem os mal educados dos Office boys. Dificilmente se escuta uma buzinada.
Enquanto na Índia a buzina faz parte da linguagem automotiva, em Singapura tudo é irritantemente calmo e sem stress. O povo daqui espera incansavelmente o da frente andar, mesmo se, por exemplo, o sinal abre e por algum vacilo o carro da frente não avança. Raramente se escuta alguém xingar e levantar os braços. Se alguém leva uma fechada, simplesmente freia, e a vida continua – no stress.
Isso para mim esta sendo um aprendizado absurdo. Ter mais calma no transito e saber levar fechada, ou andar atrás de um domingueiro....
O volante é do lado direito – a famosa mão inglesa. E realmente no começo e’ difícil para caramba.
Muita coisa você já se condiciona anos e anos para se fazer no automático, e de repente, o automático pode trair.
Os pedais são iguais. Freio do lado esquerdo e acelerador do lado direito.
As setas e o limpador do para brisa são invertidos. Cansei de querer mudar de faixa e ligar o limpador. Ou querer melhorar a visibilidade do para brisa e ligar a seta.
Outro dia desses, no automático, entrei na contramão numa avenida que lembra a Av. Rebouças.
Minha sorte é que estava bem cedo, pouco tráfego, num sábado. Só fui perceber depois que observei que havia faixas pintadas no chão na direção contraria que estava trafegando.

Carro por aqui é uma coisa interessante. Por ser uma ilha bem pequena, o governo controla bastante a venda e liberação de licenças de veículos novos. Além disso há um ótimo sistema de transporte público. Se mesmo assim você quiser ter um carro terá que pagar bem caro por isso. E finalmente, também é uma maneira bem eficiente de se conter a circulação de veículos e diminuir o trânsito e a poluição.
Para você obter um carro todos são obrigados a pagar uma taxa chamada de COE. Essa taxa soma-se ao valor do carro. O COE funciona mais ou menos como uma balança reguladora. Se há muita procura de carro o valor dela aumenta (e bastante). Se há pouca procura, o valor diminui. Parece um pouco com a bolsa de valores. Todo mês existe uma cotação para cada tipo de carro e uma projeção futura.
O valor do COE chega a ser exorbitante.
Ex: Honda Civic Zero km: Preço do carro = 30.000 SGD. Preço do COE = 70,000 SGD. Total = mais de 100 mil dólares daqui.
Ou seja, o COE mais que dobra o valor do carro. Portanto, se quiser comprar um, não tem jeito, tem que mexer no bolso.
Isso faz como que os carros sejam bem mais caros que o Brasil (parece loucura, mas é a verdade – encontrei um lugar pior que o Brasil nesses aspecto).
Ao mesmo tempo em que é caro, eu nunca vi um lugar tão cheio de carrões importados. Na garagem do prédio que moramos tem Ferraris, Porshes, Masserattis, BMWs, Audis, de todos os tipos e modelos. Para quem gosta de ver os modelos mais atuais de carros, aqui é um bom lugar para se admirar.

Quando você sai de Singapura e começa a subir (em direção ao norte) a coisa sai da perfeição e gradualmente vai piorando a situação, até chegar ao absoluto caos da Índia.
Saindo de Singapura o primeiro pais é a Malásia. Com trânsito bastante engarrafado, no entanto bem organizado, mas com carros um pouco mais usados e já com nem tanto respeito ao pedestre. Lá eles também dirigem do lado direito.
Mais um pouco para cima e temos a Tailândia. Mais trânsito e engarrafamento. Também se dirige pelo lado direito.

China e Vietnam – mar de bicicletas e motos.
O curioso é que algumas pessoas instalam motores em bicicletas.
Na China o pessoal dirige no mesmo lado que o Brasil.

E finalmente, quando se chega na Índia, aí a coisa foge de tudo que já vi na minha vida. Chega a ser surreal.
Pedestre por último e pior que o Brasil, pois na Índia não tem calçada e todo mundo anda na rua.
Semáforo? Aqui tem uma coisa pendurada no alto do poste, que emite luzes coloridas. Mas creio que ninguém saiba o significado da convenção das cores.
Faixa de rolagem? Aqui é cada um por si. Terra sem lei. Ninguém respeita a mão. Anda-se na contramão, corta-se pela direita, pela esquerda. E detalhe: buzina aqui se usa na mesma proporção que se pisa no acelerador.
Não sei como não ocorrem acidentes graves.
Ontem tomei um táxi do aeroporto até a fábrica do cliente. Várias vezes eu quase arranco o “pqp”. Creio que eu fiz um buraco no assoalho do veículo de tanto que pisei no mesmo, simulando um hipotético e salvador freio.
São carroças misturadas com bicicletas, toc tocs, vacas e carros de boi, caminhõesconvencionais.
Isso aqui é doido demais. Só vendo para crer. E eu vi...

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